domingo, 8 de junho de 2014

5 Filmes brasileiros que oferecem uma visão crítica da margem

1 - Carandiru



 Carandiru é um filme brasileiro de 2003, do gênero drama, dirigido pelo argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco.
O filme é uma superprodução baseado no livro Estação Carandiru, do médico Drauzio Varella, onde ele narra suas experiências com a dura realidade dos presídios brasileiros em um trabalho de prevenção à AIDS realizado na Casa de Detenção.
O filme ostenta cenas nas quais se percebe que os vilões (os presos), são os mais inocentes quando se inverte a história do drama e a percepção do senso comum.
Na verdade, o interessante é o paradoxo enorme que se pode notar em uma parte do filme.
A revolta dos presos contra "mastigados e enlatados" é vista como rebeldia pelos policiais. Eles eram presidiários, porém nunca deixaram de ser humanos.Tiveram sempre uma vida miserável e estando ali trancados naquele presídio, não era de se assustar ao surgimento de uma rebelião.
O absurdo foi o desarmamento dos presos e o sucessivo extermínio daqueles que estavam fora de suas celas.
O filme mostra a faceta da desordem de nossa opinião sobre aquilo que deveria ser relativizado: Os vilões serão sempre os bandidos? A justiça foi muito dissonante diante dos fatos ocorridos.
Incredulamente aceitável, mas convictamente dizendo, é interessante a vergonha que a nós se desfere quando vemos que dois animais de espécies diferentes podem se entender entre si, enquanto nós humanos, apenas procuramos mais e mais motivos para rotular as outras pessoas, descriminando muitas delas. Queremos ser superiores aos demais.
Extremamente complexo é ver casos em que os que merecem justiça, acabam sendo injustiçados. Talvez não só no Brasil, mas de justos injustos o mundo está cheio.
Tudo está ligado a tudo. "A verdadeira culpa, como na piada, é da sociedade".
2 - Cidade Baixa

Mais do que a história do triangulo amoroso, vale pautar o contexto e o convívio dos expectadores no ambiente em que vivem; na maior casa de prostíbulos de Salvador. As condições precárias, insanidade, doenças que se proliferam fornecem uma alta reflexão sobres as condições que vivem a camada mais baixa da nossa sociedade.
É um triângulo amoroso entre uma prostituta e dois homens que fazem transporte marítimo. Eles seguem para a Cidade Baixa de Salvador. Entre as dificuldades de relacionamento, o filme mostra o cotidiano das pessoas dessa região. Fala de pobreza, drogas, prostituição e violência.
Deco (Lázaro Ramos) e Naldinho (Wagner Moura) se conhecem desde garotos, sendo difícil até mesmo falar em um sem se lembrar do outro. Eles ganham a vida fazendo fretes e aplicando pequenos golpes a bordo do Dany Boy, um barco a vapor que compraram em parceria. Um dia surge Karinna (Alice Braga), uma stripper que deseja arranjar um gringo endinheirado no carnaval de Salvador a quem a dupla dá uma carona. Após descarregarem em Cachoeira, Deco e Naldinho vão até uma rinha de galos. Naldinho aposta o dinheiro ganho com o frete, mas se envolve em confusão e termina recebendo uma facada. Deco defende o amigo e ataca o agressor, mas os dois são obrigados a fugir no barco, pois Naldinho está ferido. Na fuga, Karinne ajuda a dupla e vai com eles rumo a Salvador. Enquanto Naldinho se recupera, Deco tenta conseguir dinheiro para ajudar o amigo. Aos poucos a atração entre eles cresce, criando a possibilidade de que levem uma vida a três.

3 - Tropa de Elite I e II


O filme Tropa de Elite é uma obra que descreve fatos ocorridos na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro na década de 90, durante a visita que o Papa João Paulo ll realizou a Capital Carioca. Sua narrativa é intensa em sua descrição da realidade diária da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – PMERJ, totalmente paltada em situações que, segundo o autor, baseiam-se em relatos de fatos reais, que lhe foram feitos por Policiais Militares. O personagem central da trama é um Capitão PM do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Tropa de Elite da Policia Militar carioca, considerada internacionalmente como a melhor força de Combate Urbano do Mundo. A narrativa é intensa e gira em torno do personagem central o Capitão Nascimento, que motivado pelo nascimento de seu filho resolve deixar as atividades do Batalhão, mas para isto é necessário que ele encontre um substituto que tenha os seus ideais de honra e profissionalismo. Contudo, em uma polícia permeada pela corrupção, esta busca acaba se transformando em uma missão quase impossível. Finalmente, ele encontra dois jovens Aspirantes a Oficial, que se enquadram nas características necessárias em um Policial Militar do BOPE da PM do Rio de Janeiro, estes Aspirantes, por força do destino, acabam sendo conduzidos ao Curso de Operações Especiais que é coordenado pelo Capitão Nascimento.
O filme além de fazer uma crítica a corrupção da polícia carioca, também mostra a hipocrisia da classe média, representa por estudantes universitários, que criticam a violência policial, mas, no enredo do filme - que não está longe da realidade da sociedade carioca – estes mesmos estudantes, realizam o consumo e o tráfico de drogas nas festas estudantis e na própria universidade, e assim favorecendo a violência urbana carioca. Tropa de Elite é uma obra de ficção que expõem as entranhas de uma corporação policial que existe no Brasil a duzentos anos (Criada em 1808 por D. João VI). A PMERJ tem em seus quadros muitos policiais honestos e valorosos, contudo, os maus policiais existem, como em qualquer organização policial no mundo, e estes policiais corruptos é que são denunciados no filme. 

4 - Cidade de Deus


O drama nos apresenta o Brasil visto atráves do mundo da favela Buscapé, jovem negro, fotógrafo do Jornal do Brasil, morador da favela Cidade de Deus, narra a evolução desta favela do Rio de Janeiro, através da trajetória de Dadinho, depois Zé Pequeno e seus comparsas. Das origens na década de 1960, com o surgimento da primeira gang de assaltantes, até primórdios dos anos de 1980, onde o grande negócio é boca de fumo e narcotráfico, acompanhamos o desenvolvimento da marginalia da favela Cidade de Deus.
O filme apresenta a vida nas favelas como de fato ela é,a violência,as fortes cenas de criminalidade,uma verdadeira guerra cívil,onde crianças se sentem orgulhosas em cometer crimes,,podemos observar isso no personagem de Zé Pequeno,que desde criança apresenta uma personalidade cruel,uma dura realidade social brasileira.